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FREI BERNARDO DE BRITO (LISARDO)
( Portugal )
Bernardo de Brito, O. Cist. (Almeida, Almeida, 20 de Agosto de 1569 – Almeida, Almeida, 27 de Fevereiro de 1617) foi um monge, escritor e historiador português.
Nascimento : Baltasar de Brito e Andrade - 20 de agosto de 1569 - Almeida
Morte : 27 de fevereiro de 1617 (47 anos) - Almeida
Seu pai destinava-o para a carreira das armas. Foi mandado por ele estudar em Itália, onde estudou em Roma, nos Estados Pontifícios, e em Florença, no Toscana, e ali se familiarizou com as línguas Latina, Italiana e Francesa.
Regressado a Portugal, decidiu entrar para a Ordem de Cister, e professou votos na Abadia de Alcobaça, a 23 de Fevereiro de 1585, em Alcobaça, com o nome de Bernardo de Brito, em homenagem ao reformador da sua Ordem, São Bernardo de Claraval, tornando-se notado pelos conhecimentos de Latim, Italiano, Francês e Espanhol.
Doutorou-se em Teologia pela Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra, a 12 de Abril de 1606.
Iniciou um projeto para redigir uma monumental História de Portugal em oito volumes, desde as suas origens até à sua época, a Monarchia Lusitana. Em 1597, aos 28 anos de idade, publicou o Primeiro Volume com a Primeira Parte da Monarchia Lusitana, dedicada a D. Filipe I de Portugal. Tendo agradado ao Monarca, foi animado a continuar a obra por Carta Régia de 3 de Abril de 1597,[8], da qual publicou o Segundo Volume com a Segunda Parte em 1609. Após a sua morte, a obra foi continuada pelo Terceiro Volume pela a Terceira Parte até ao Quarto Volume com a Quarta Parte por Frei António Brandão.
Foi nomeado Cronista da Ordem de Cister em 1606.
Ver biografia completa em: pt.wikipedia.org/wiki/Bernardo_de_Brito
SÍLVIA DE LISARDO - de Bernardo De, Frei Brito. Os Sonetos. Editor: Assírio & Alvim, 1987. 80 p. (Coleção Aamdis) ISBN: 978-972-37-0151-7
SONETO EM QUE DEFINE QUE
CAUSA SEJA O AMOR
Dizem que fere amor com passadores
e que traz em matar o pensamento,
mas eu julgo que tem amor de vento
quem cuida haver no mundo tais amores.
Também dizem que o pintam os pintores
menino, nu e cego: e tão sem tento,
que é mais cego e mais nu d´entendimento,
quem cuida que em amores cabem tais cores.
Amor é um espírito invisível,
que entra por onde quer, e abrando o peito
sem cor, sem arco, aljava, ou seta dura:
Pode num peito humano o impossível,
recebe-se somente no conceito,
e tem no coração posse segura.
SONETO DE LISARDO A SUAS OBRAS
Versos, que indícios sois de meus ardores,
rimas, que meus segredos publicastes,
lágrimas, que também solenizastes,
ao som de endechas tristes minhas dores.
Agora que vos vejo em mortas cores
à vista do painel que retratastes,
gosto de vos olhar pois não levastes
a olhos estrangeiros meus amores,
Se acontecer acaso que entendida
do mundo seja a dor, que em vós publico
mostrai a causa que houve de render-me:
Que sendo dos leitores conhecida,
verão que em me perder sem culpa fico,
e que fora mor culpa não perder-me.
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Página publicada em abril de 2022
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